Introdução

A gestão de pessoas no século 21 representa um dos grandes desafios para as organizações. Esta era é marcada pela convivência de diferentes gerações no ambiente de trabalho, além de mudanças significativas nas relações laborais, especialmente após a pandemia da COVID-19.

A transição para modelos de trabalho híbridos, combinando aspectos positivos do presencial, como interação social e aprendizado conjunto, com os benefícios do remoto, como maior qualidade de vida e flexibilidade, reflete uma evolução nas formas de encaixar o trabalho na vida das pessoas.

Nesse cenário complexo, torna-se essencial repensar a gestão de pessoas. Uma gestão eficaz passa pela capacidade de alinhar as expectativas entre o trabalho desejado e o entregue, e pela criação de um ambiente onde as pessoas possam ser autênticas, compartilhar suas perspectivas e contribuir com soluções inovadoras.

Ambientes que forçam os colaboradores a adotarem personagens distantes de suas verdadeiras identidades geram desperdício de energia, capital intelectual e reprimem a expressão da inteligência individual, privilegiando relações de poder e uma cultura de aparências.

Repensando a gestão de pessoas

Para uma gestão de pessoas efetiva, é crucial reconhecer as individualidades, construir canais de comunicação claros e extrair o maior potencial de cada um, focando nas fortalezas individuais que potencializam os resultados coletivos. Isso requer uma remodelação dos modelos mentais tradicionais de gestão.

O sistema educacional do início do século 20, ainda replicado em muitas organizações, incentiva a espera por avaliações de desempenho semelhantes às notas escolares, e a expectativa de um caminho linear de carreira.

Essas abordagens conduzem a ambientes de trabalho segmentados em silos, com altas hierarquias e reforçam um medo de romper com estas estruturas, limitando a comunicação, adaptabilidade e agilidade.

Se queremos construir organizações e modelos de gestão adequados para a realidade que se apresenta, é preciso revisitar e questionar nossas crenças e limitações.

Devemos desenvolver sistemas de gestão que tratam os colaboradores como adultos responsáveis, capazes de interpretar os desafios que se apresentam e contribuir para os resultados da organização. 

A gestão de pessoas moderna deve promover objetivos compartilhados, autonomia, diversidade de repertórios, acolhimento de diferentes histórias, segurança para compartilhar ideias, delegação eficaz, comunicação clara e, principalmente, colaboração que potencialize a geração de soluções inovadoras e resultados.

Conclusão

Os modelos mentais tradicionais, baseados na revolução industrial, na ausência de uma perspectiva crítica e na massificação, não são mais adequados para as organizações do século 21. Esses modelos percebem as pessoas como recursos a serem gerenciados e controlados, o que pode levar a uma cultura organizacional autoritária e desmotivadora.

Uma gestão de pessoas eficaz deve ser baseada em modelos mentais que valorizem as pessoas como agentes em constante mudança.

Organizações que investem na evolução do capital humano e em uma cultura organizacional positiva e inclusiva são mais propensas a serem bem-sucedidas em um mundo em constante mudança. Elas são capazes de se adaptar, de inovar e de gerar vantagem competitiva.

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