O tema produtividade foi bastante discutido em 2023, com organizações buscando diferentes maneiras de aumentar suas entregas. Algumas optaram por otimizar custos, reestruturar processos ou reduzir quadros. Outras, por sua vez, enveloparam o tema para, no fim, voltarem a aplicar práticas de microgestão.
O fato é que, depois de uma fase de recursos infinitos no universo da tecnologia, o dinheiro das Venture Capitals ficou mais restrito. Com isso, as organizações se voltaram para um maior rigor no resultado.
Aplicando o viés do pensamento sistêmico, podemos dizer que um ambiente produtivo é aquele que consegue balancear três dimensões:
- Integralidade: ambientes onde há transparência, confiança, acolhimento e reconhecimento das pessoas.
- Fluidez: ambientes que otimizam as camadas e os mecanismos de coordenação, promovem ciclos curtos de aprendizado e estão em constante troca com o ambiente externo.
- Lucratividade: ambientes que alavancam receitas através da proposição de novas soluções, melhoria de produtos, uso da tecnologia para alavancar novos modelos de negócio e a otimização de custos sem comprometer a qualidade.
Analisando a produtividade de forma sistêmica
A integralidade é alcançada nas organizações quando elas modelam ambientes onde há transparência, o que aumenta a confiança. Isso leva a uma maior retenção do conhecimento e a um aumento na capacidade de entrega. Além disso, ao serem acolhidas as pessoas não se distraem tentando se proteger ou buscando adquirir mais poder, o que as leva a ter foco no trabalho. Por fim, tais ambientes reconhecem as pessoas, potencializando suas fortalezas e reconhecendo o poder da diversidade de repertórios.
Já a fluidez é conquistada quando as organizações otimizam as camadas e os mecanismos de coordenação, promovendo mais entregas pelo fato de lidarem de forma orquestrada com as dependências. Além disso, elas têm ciclos curtos de aprendizado que as permitem validar soluções mais cedo com quem é cliente, se mantendo assim em constante troca com o ambiente externo.
A lucratividade emerge em estruturas que alavancam suas receitas através da proposição de novas soluções, melhoria dos produtos atuais e uso da tecnologia para alavancar novos modelos de negócio. Além disso, reduzem custos e desperdícios, sem perderem qualidade naquilo que oferecem.
Para você, o que é produtividade?
Para mim, a produtividade é a capacidade de gerar resultados positivos, alinhados aos objetivos da organização, de forma eficiente e eficaz.
Para alcançar a produtividade, é importante que as organizações busquem um equilíbrio entre as três dimensões mencionadas neste artigo: integralidade, fluidez e lucratividade.
Como implementar as dimensões na prática?
A seguir, algumas dicas para implementar as dimensões da produtividade no ambiente de trabalho:
- Integralidade:
- Promova a transparência, compartilhando informações e decisões com as pessoas.
- Construa relações de confiança, baseadas no respeito, no diálogo e no feedback.
- Acolha e reconheça as pessoas, valorizando suas contribuições.
- Fluidez:
- Otimize os processos e as estruturas organizacionais, eliminando desperdícios e burocracia.
- Incentive a experimentação e a aprendizagem contínua.
- Esteja aberta a feedbacks e sugestões.
- Lucratividade:
- Foque na proposição de soluções que atendam às necessidades da cliente.
- Inove constantemente, buscando melhorar seus produtos e serviços.
- Use a tecnologia para alavancar seus negócios.
- Não deixe que o crescimento acelerado remova o interesse da organização em buscar reduções de custos.
A implementação dessas dimensões não é fácil, mas é essencial para que as organizações alcancem a produtividade e sejam bem-sucedidas no longo prazo.
Caso você tenha interesse por modelos que aplicam o pensamento sistêmico, eu venho organizando neste espaço uma série de mapas a partir das experiências que tenho vivenciado.